BRASÃO DE ARMAS
A ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Nossa Senhora de Machede, tendo em conta o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses de 8 de Novembro de 1999, que foi aprovado, sob proposta da Junta de Freguesia, na reunião ordinária da Assembleia de Freguesia em 18 de Abril de 1999.
MEMÓRIA HISTÓRICA E JUSTIFICATIVA DOS SÍMBOLOS HERÁLDICOS PROPOSTOS
A flor-de-lis simboliza Nossa Senhora nas suas diversas manifestações aos crentes, inclusivamente Nossa Senhora da Natividade, Padroeira da Freguesia.
O Castelo representa a histórica obra de arte militar, conhecida por CASTELO REAL DE VALONGO (Derivando este nome obviamente de Vale-Longo) existente na Herdade do Castelo, anexa à da Grã, aproximadamente a 22 km a Sudoeste de Évora. Pouco se sabe quanto à data e à ordem de quem foi este belo edifício militar mandado edificar. O Gen. João de Almeida, na sua obra Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Vol. III a pag. 192/193, defende uma teoria quanto à sua criação, sem qualquer fundamento legal, que não hesitamos em classificar de inconsistente, fantasista e merecedora de pouco ou nenhum crédito. Somente se sabe, observando criteriosamente a sua arquitectura, que a fundação do castelo data de meados do século XIV. Tudo leva a crer que esteve em posse da “Coroa” desde que D. Leonor Afonso comprou toda a região em que está implantado, até ao século XVIII em que aparece nos bens do Marquês de Vaiada, juntamente com outros haveres que pertenciam aos Condes de Basto, iberistas confessos e como tal expatriados como traidores à Pátria.
Mas quem era esta D. Leonor Afonso, que aqui nos aparece relacionada com a coroa e o Castelo Real?
A Infanta D. Leonor Afonso era filha bastarda de D. Afonso III, a qual morreu com fama de santidade e está sepultada no Convento de Santa Clara, em Santarém.
Mas a história de Nossa Senhora de Machede, não se limita ao Castelo Real… Outros lugares e outros edifícios não menos importantes se encontram no património desta Freguesia, cujo povoado é considerado pelo investigador Pinto Leal como tendo a sua origem no ano de 672, e é crença geral que mereceu a honra de ter o seu foral, que infelizmente se perdeu na voragem dos tempos. Esta Freguesia é considerada, justamente, a mais antiga Freguesia Rural do Concelho de Évora, e o Bispo D. Afonso, Cardeal-Infante, filho do Rei D. Manuel, assim o reconhece quando da reforma dos Livros Pastorais em 1532.
A ponte romana de três arcos que se encontra na Freguesia, é um dos muitos vestígios deixados pêlos nossos antepassados colonos-civilizadores, que a Freguesia gostaria de figurar simbolicamente nas suas armas. Muitas provas da ocupação Romana se têm encontrado nesta Freguesia, mas lamentavelmente não mereceram a atenção que lhes era devida, chegando as ruínas de um túmulo romano clássico, a ser vendido a Azaruja, na 3ª parte do século passado, encontrando-se ainda há bem poucos anos a servir como bebedouro de animais.
A faixa ondeada que sustenta a ponte romana, representa o Rio Degebe.